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quinta-feira, dezembro 01, 2011

Karma's a bitch, right?

É, você.


Não vou mentir, tenho saudades. Não consigo olhar e não sentir nada, porque a vontade de socar sua cara e não parar mais outrora foi vontade de te abraçar. Você tinha tudo, e jogou fora por... bom, eu sinceramente não sei. Alguma noção distorcida de orgulho? Cansou da amizade? 


... mas isso é entre você e sua consciência, de qualquer jeito.


Eu poderia ter ido até lá pra conversar com você, como das inúmeras vezes que já fiz. Teria sido mais uma conversa meu amigo.


É, poderia, não poderia?


Deixa eu explicar uma coisa. Tinham duas pessoas pelas quais eu daria a minha vida. Você era uma delas. Sabe a outra? Eu ainda daria minha vida por ele, sem pensar. Eu daria um braço pela porra da unha encravada dele, sabe por que? Porque ele merece isso. E se não fosse essa sua necessidade de contar vantagem mesmo que isso bote tudo a perder, você teria o mesmo.


Se você fez o que fez, escrever isso pra mostrar o que você está perdendo não faz o menor sentido, porque você sabia dos riscos e fez mesmo assim. Então sinceramente, eu não sei o propósito desse texto. Talvez eu só precisasse escrever e externar o quanto alguém que eu considerava um dos meus melhores amigos pode ficar irreconhecível de um dia pro outro, e ainda fingir que se arrepende ou que não esperava essa transformação.


Quer saber? Você perdeu. E não vai ter de volta. Nunca. Eu não sei se na sua cabeça o tal do tempo vai consertar alguma coisa, mas deixa eu te dizer com toda a certeza : Não vai. Eu abri a porra do meu peito e deixe meu coração a mostra. Você respondeu pisando nele.


Eu me arrependo.


Não por mim, por você.


Você perdeu, cara.


Tudo.

domingo, outubro 16, 2011

You Will Never Remember The Things I Will Never Forget

E assim, sem mais nem menos, você sente.


Sente o mundo desabar em cima de você, sente todo aquele peso que você carrega sem ninguém notar finalmente te levar pro chão, sente como se o mundo estivesse querendo um pedaço de você.


Você se sente uma decepção. Que sabe nem isso. Para desapontar as pessoas você tem que significar algo para as mesmas.


Percebe que o momento mais feliz que você teve nos últimos tempos foi ouvir, depois de meia garrafa de vodka, seu melhor amigo dizer que te admira. E é isso. É por isso que você ainda levanta, toma banho, e encara o mundo. Porque alguém se importa.


E sem isso?
O que sobra?


Assusta. Esse vazio assusta e muito. E o pior é não saber se é sua culpa. Provavelmente é. 


Sentado num quarto vazio, relendo velhas palavras cheio de arrependimentos, este é o mais novo auto retrato.


Ela devia se importar, não? Bom, não se importa, piora tudo. Não entende, não tenta entender. Pode culpá-la? Pouco provável, já que ninguém percebe. Afinal, não são muitos que vêem as lágrimas por trás da máscara.


Aquela outra via, na época em que dizia gostar de seu sorriso, mas a esta lhe couberam muitas lágrimas de agradecimento e mais importante : não mais se importa.


Ele ainda vê, talvez o único, e é tudo o que importa agora.


Coloca os outros antes de si mesmo, se arrepende, e agora sofre. Ironicamente, não liga mais pra si mesmo. Uma aceitação estranha. Quer apenas vê-lo feliz, porém não sabe nem porque chora, de que jeito ajudará aos outros?


Lhe foi dito que estava fazendo certo. Alívio. Seu Complexo de Messias se acalma, sente quem sabe um pingo de orgulho próprio, por aplacar a dor de quem lhe é tão importante.


Vai durar? Não sabe. Nada parece durar, seja por erro próprio ou alheio. Alguém erra, tudo acaba, bem vindo ao inferno.

sexta-feira, julho 15, 2011

You Can't Always Get What You Want...

Silêncio.


Constrangedor, torturante, insuportável. E ainda assim, nesse tormento de emoções, olhar no fundo daqueles olhos ainda o trazia conforto. Ainda trazia aquelas sensações de muito tempo atrás, que ele havia prometido a si mesmo que "tinha esquecido", que "tinha superado".


O mundo era resto, era insignificância. A cada vez que desviava o olhar, seja pelo desconforto, seja pela dor, sentia-se tentado a fitar de novo aqueles malditos olhos, que agora refletiam culpa e arrependimento, mas que outrora refletiam o seu eu, feliz, esperançoso, e agora morto. Morto porque tais sentimentos agora não existiam mais. Ele havia mudado. Seu amor ainda era verdadeiro, sua culpa ainda o enlouquecia, suas mentiras ainda o perseguiam.


E ela assistia ao macabro espetáculo com ar de pena, embora ele pensasse que ela correspondia ainda ao amor. Talvez correspondesse, e dar-lhe-ia um sentimento tão puro que o faria nunca mais ser o mesmo. Mas isso se não se tratasse de uma despedida. Quem sabe se aquele par tivesse em seu primeiro encontro, contando besteiras, deixando escapar segredos, sem ver o tempo passar... Quem sabe, aí sim, ele seria merecedor daquele amor. A realidade, no entanto, era outra.


Ela o consolava, enquanto ele indagava o porquê daquilo, pensando se ela não deveria também compartilhar daquele sentimento, daquela tristeza. Pensava como seria melhor odiá-la, simplesmente. Ironicamente, odiava a si mesmo, tanto pelo erro, quanto pela persistência. E torcia, rezava, suplicava. Confuso, porém. Não sabia se queria afinal que aquele momento acabasse, ou se queria que aquilo nunca tivesse acontecido. O primeiro pedido era improvável, o segundo, impossível.


Os pensamentos voavam, o estômago se contorcia, as mãos trêmulas, a voz engasgada nos muitos nós de sua garganta... E ela quieta. Fria? Não. Distante? Tampouco. Encarava-o com aqueles olhos, céus, aqueles olhos...


Estava lá, com ele. E se dando conta disso, ele percebera o egoísmo de achar que ela deveria sofrer o mesmo naquele momento. Ela sofrera, muito mais, muito antes. Ela chorara, muitas vezes antes, enquanto ele estava ocupado, vivendo no seu mundo. Naquele mundo cercado de paredes altíssimas, em que ele vivia protegido. Talvez não para afastar os outros, mas pra ver quem se preocuparia o suficiente para derrubá-las.


A hipocrisia era sua melhor amiga, mas não ia ajudá-lo agora. Ninguém ia. Ele estava sozinho com suas decisões, ou pior, com as consequências das mesmas.


Agradece por tudo, beija-a. Não seus lábios. Não é que lhe falte vontade, o desejo sempre esteve presente, mas lhe falta a oportunidade. Nunca mais o fará, pensa. 


Não chora. Não ali, não na sua frente. Depois de tudo, o destino, ébrio em crueldade, ainda tem a coragem de pedir lágrimas naquele momento? Tal pedido é negado com veemência, enquanto pensa que lhe cuspiria a face se este não fosse imaterial, e ainda, imutável.


Leva-a a porta de casa, pois o sofrimento não lhe nega a educação.


...educação?


Isto é piada, leitor. Uma pitada de humor cruel. Queria vê-la por mais tempo, queria que 'Deus Ex Machina' se aplicasse a sua situação, como nunca quis nada antes. Queria uma mudança radical de idéias, de sentimentos. Queria tudo como era antes. Educação não faz jus a isso. O que queria ela apenas tê-la. Tudo o que tinha era egoísmo, embora hesite em dizê-lo.


Pede um último beijo. Lhe é negado. Não a culpa, não reclama : não diz nada. O choro contido, e assim permanece (por pouco, mas permanece). Diz que talvez algum dia aqueles tempos em que eram felizes voltem. Mente. Para si mesmo, para o mundo, para quem quiser ouvir. Não tem mais esperança, mas aprendeu a fingi-la.


Um abraço, outro beijo que foge aos lábios. Lhe dá as costas, caminha. Ele percebe que não terá outra chance. A puxa, tece-lhe um último beijo, que falha também ao propósito dos outros dois, e diz, pela última vez :


"Eu te amo."

quinta-feira, abril 21, 2011

Haikai



Poema estrangeiro
De um tal poeta infeliz
Que escreve ao luar.


"Bladibladiblá, você não atualiza o blog, bladiblá"

É uma atualização bem pequena, mas dane-se, eu gosto desse meu poema, e é meu blog, logo, eu faço o que quiser. Capisce?

Bom, é isso por hoje. Algum dia eu tomo vergonha e escrevo algo decente.

Abraços.